FUNDOS

Movimento de Educação de Base, MEB

Identificação:

Denominação: MOVIMENTO DE EDUCAÇÃO DE BASE
Sigla: (MEB)
Natureza do Conjunto: Fundo
Data Limite Inicial: 1961
Data Limite Final: 1986
Quantidade: 87 pastas

Contextualização:

História Administ./Biografia: O Movimento de Educação de Base, no Brasil, teve sua motivação nas Escolas Radiofônicas da Colômbia, iniciadas pelo Padre Salcedo no povoado de Sutatanca, em 1947. Dom Eugênio de Araújo Salles, Bispo de Natal, visitou aquele País, a fim de conhecer o novo método educativo. Trouxe o sistema para o Brasil, o qual começou a funcionar em 1958, com êxito, no Rio Grande do Norte. Na medida em que a experiência provava sua eficácia, foi difundida em outros Estados. Alguns Sistemas Radio-educativos nasceram a partir de contato com experi^encias de serviços governamentais, como o Serviço de Assistência Rural (SAR) em Recife, e/ou com eles mantiveram convênios. Esses Sistemas foram cooordenados por leigos, a maioria ddeles ligados aos movimentos estudantis católicos (JEC e JUC) e a entidades estudantis leigas como a União Nacional dos Estudantes (UNE) e as Uniões Estaduais dos Estudantes (UEEs). Com a ampliação do ensino pelo rádio, no País, em áreas carentes de recursos, foi sendo sentida a necessidade de um órgão que centralizasse a experiência.
O primeiro passo para a criação de um Movimento Nacional de Educação de Base foi ddado com os debates ocorridos durante o 1º Seminário de Educação de Base, promovido pela Rede Nacional de Emissoras Católicas (RENEC) e realizaddo em Aracaju, no 2º semestre de 1960, do qual participaram que já realizavam ou pretendiam realizar trabalhos de educação de base.
Em fins de 1960, D. José Vicente Távora, Arcebispo de Aracaju e aquele que, como Presidente da RENEC, foi o primeiro a utilizar as emissoras para a educação, enviou, em nome da CNBB, uma carta ao Presidente da República, propondo a criação do Movimento de Educação de Base (MEB), proposta que teve acolhida favorável. O Decreto nº 50370, de 21 de março de 19661, estabeleceu que o Governo Federal, através do Ministério da Educação e Cultura (MEC), repassaria por convênios recursos à CNBB e esta executaria o projeto do MEB no Norte, Nordeste, Centro-Oeste e em Minas Gerais. Em 1963, o Decreto nº 52267 reafirmou os compromissos assumidos com algumas alterações, facilitando a concessão de canais radiofônicos e autorizando a requisição de funcionários federais.
Mesmo antes de sua oficialização pelo Governo federal, o MEB iniciou o recrutamento de militantes e a demora de 2 anos para a chegada dos recursos governamentais não impediu que o Movimento fosse se estruturando, embora encontrasse inicialmente resistência à integração por parte dos Sistemas já existentes.
Voltado para o trabalhador rural e tendo quadros vinculados à Ação Católica Brasileira (ACB), o MEB foi muito mais do que um Movimento para ensinar a ler e escrever; preocupou-se em realizar um trabalho social mais amplo: conscientizar o homem do campo de sua possibilidade de atuar sobre/na realidade, transformando-a. Assim temas como sindicalismo, cooperativismo e reforma agrária estavam presentes.
A evolução do trabalho se deu no contato com as próprias comunidades, através de uma perneabilidade que permitia trocas constantes entre o Movimento e os trabalhadores rurais e dos membros do MEB entre si. Essa dinâmica se estabeleceu devido à disposição de aprender com as comunidades e pelo sucesso do MEB-Nacional na promoção do contato entre as Equipes, através de encontros, estágios, treinamentos, etc.
O educando assumia a programação educativa do MEB numa linha de ação e reflexão sobre seus problemas existenciais (saúde, trabalho, habitação, formas de produção, universo cultural, sua pessoa diante de Deus, de sua comunidade e da sociedade em geral, etc), numa perspectiva de superar níveis de marginalização sócio-econômica, cultural e religiosa, visando à própria libertação integral.
Com o golpe militar de 1964, o MEB sofreu o peso da repressão política, além de pressões da própria hierarquia da Igreja para realizar mudanças em sua linha de ação. Em dois ou três anos, o Movimento havia praticamente desaparecido. Resurgiu, na década de 70, com outras características.
Os documentos do Fundo Movimento de Educação de Base foram acumulados no decorrer do exercício das funções do Movimento e constituem seu Arquivo. Não foram localizados outros dados sobre o histórico da custódia.
Hist. Arquivística/ Procedência: os documentos foram adquiridos por doações do Prof. Luiz Eduardo Wanderley, da PUC/SP, em 1991, e do Centro Ecumênico de Documentação e Informação - CEDI, em 1992.

Conteúdo e Estrutura:

Âmbito e Conteúdo: o Fundo compõe-se de correspondência enviada e recebida de monitores e alunos, entre outros remtentes/destinatários, recibos de pagamento de telegramas, anotações de aulas, programas de semanas comemorativas, textos de aulas radiofônicas, listagens da documentação produzida pela Equipe Nacional, esquemas para comissões de estudos, folhetos de versos populares, textos de revisão do Movimento, textos de caracterização da educação no país, textos sobre liturgia, regimentos internos dos núcleos de alfabetização de adultos, cartas circulares, provas aplicadas para avaliação de alunos, cadernos de debates e reflexões, programas de eventos, manuais de pesquisa, textos de reflexão sobre educação, linguagem, comunicação, transcrições de comunicações em rádio, poesias de monitores e alunos, relatórios anuais de atividades, relatórios de dias de estudo, relatórios de caracterização do meio, relatórios de encontros de responsáveis, relatórios de treinamentos, relatórios de encontros de coordenadores, Equipes Locais, professores-locutores e supervisores, programas de treinamento de monitores e de equipes de execução, programações radiofônicas, listagens com respostas enviadas para monitores de diversas localidades, roteiros para avaliação de treinamento de monitores e líderes, textos de formação de monitores e líderes, textos de conclusões sobre temas para fundamentações, publicações periódicas, listagens de publicações, publicações não periódicas, textos de análise sobre o Movimento, pesquisas sobre educação elaboradas por órgãos governamentais, estatutos do Movimento, quadros com os objetivos do Movimento, organogramas do Movimento, planilhas sobre as atividades das escolas radiofônicas, planos de ação do Movimento, pedidos de ajuda financeira, cartas-protesto, histórico do MEB, roteiros de preparação de aula para monitores, roteiros para caracterização do meio, roteiros para avaliação de pessoal, projetos de implantação de educação popular, roteiros para relatórios de supervisores, roteiros para capacitação de pessoal de base e animadores, fichas de relatório de supervisão, questionários para avaliação da experiência didática, circulares entre equipes e coordenadores, fichas de controle de correspondência, apostilas de capacitação de pessoal, apostilas para o educando, apostilas de animação popular, textos de leitura e orientação para professores-locutores, cartilhas escolares, relatórios de pesquisa de vocabulário regional, livros de estatística, catálogos de publicações, dossiês de eventos promovidos por outras entidades, dossiê "Prêmio Mohammad Reza Pahlavi" (programa, comunicações, histórico do evento), dossiê "Movimento de Educação de Base e Animação Popular" (relatório geral do MEB, comunicações, apostilas de animação popular e relatórios de estudos sobre animação popular).
Sistema de Arranjo: parcialmente organizado.

Condições de Acesso Uso:

Condições de Acesso:
Instrumentos de Pesquisa: . Inventário Topográfico da CEDIC. São Paulo, 1992. (datilografado)

Notas:

Notas: