A
COLABORAÇÃO DE JEAN-MARIE FLOCH
NA ELABORAÇÃO DO DICIONÁRIO DE SEMIÓTICA
Publicou-se
pela editora Hachette, dois dicionários de semiótica
com um duplo sistema de remissões e interdefinição
de verbetes que funcionam, entre si, como links conceituais. A definição
de um conceito/verbete implica sempre numa referência a outros
conceitos/verbetes que também constam num ou noutro volume
do dicionário. As remissões inscritas no final de
cada verbete reúnem as "principais convergências
conceituais aptas a fornecerem o contexto semântico do termo
consultado", permitindo, por isso mesmo, uma melhor compreensão
do conceito. No interior de cada definição, o dicionário
faz ainda um outro tipo de remissão, assinalando os termos
que remetem a campos conceituais mais vastos que permitem situar
melhor o conceito que está sendo definido, seja no interior
da própria teoria, seja relacionando-o com um lugar epistemológico
circunscrito. Já no seu primeiro volume, o dicionário
foi apresentado como uma "lista aberta" e "provisória"
de conceitos, com diferentes graus de amadurecimento, que, justamente
por esse seu modo de organização ("aberto")
permitiria que fossem facilmente incorporadas, ao longo do tempo,
novas contribuições. Foi com esta proposta geral que
surgiu o Sémiotique. Dictionnaire raisonne de la théorie
du langage I e II (Paris, Hachette, 1979 e 1986) que, juntos, agrupam
quase 900 conceitos/verbetes (a grande maioria deles com, no mínimo,
três remissões cada). Para trabalho tão profundo
e exaustivo, que é ainda hoje a principal referência
quanto às formulações básicas da semiótica
geral, Greimas trabalhou, no primeiro volume, com Joseph Courtés,
e, no segundo volume, com um grande número de pesquisadores
do Groupe de Recherches Sémio-linguistiques - EHESS/CNRS,
Paris -, entre eles, Jean-Marie Floch.
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