Centro de Estudos Coreanos


Coordenação: Prof. Gilmar Masiero *

O relacionamento político-diplomático do Brasil com a Coréia do Sul teve início em junho de 1949. O Brasil foi o oitavo país do mundo e o segundo latino-americano (o primeiro foi o Chile) a reconhecer oficialmente aquele país asiático. Durante e após o conflito bélico na península coreana no início dos anos de 1950, o Brasil sempre votou favoravelmente à Coréia do Sul nos foros multilaterais. Em 1962, a Coréia estabeleceu na cidade do Rio de Janeiro sua primeira embaixada na América Latina (a décima terceira no mundo) e o governo brasileiro estabeleceu sua embaixada em Seul em 1965. Mais tarde, em 1970, devido à maior demanda de serviços pelos imigrantes coreanos, o governo sul-coreano instala, em São Paulo, o Consulado Geral.

A economia sul-coreana, tradicionalmente baseada na agricultura e nos valores morais confucionistas, tem demonstrado, desde os anos de 1960, grande dinamismo industrial. Uma série de planos qüinqüenais de desenvolvimento econômico foram elaborados pelo governo e implementados a partir de uma estreita relação deste com alguns grupos econômicos de propriedade familiar – os chaebols . Também teve importância para o crescimento econômico do país a assistência econômica dos EUA e a transferência de tecnologia do Japão. Naquela época, a Coréia do Sul adotou uma estratégia de industrialização baseada na manufatura de bens intensivos em trabalho para a exportação. Mais tarde, nos anos 70, foi empreendida a industrialização pesada, liderada pelos grandes conglomerados, levando a indústria coreana a produzir e exportar, desde então, maquinaria elétrica, automóveis, navios, produtos químicos, semicondutores etc., em condições de grande competitividade.

Hoje em dia, após rapidamente superar a profunda crise financeira e econômica de 1997, o país vem se desenvolvendo baseado na indústria do conhecimento. Possui um PIB maior que o da economia brasileira e a renda per capita de seus 47 milhões de habitantes gira em torno de US$ 17 mil. Contrastando com o Brasil, a taxa de analfabetismo é de 2% enquanto no Brasil é de 13%. O percentual de jovens nas universidades é de 82% e 18% respectivamente. O número de patentes registradas no exterior em 2003 foi de 2.947 registradas pela Coréia e somente 221 pelo Brasil. Enquanto na Coréia do Sul 85% das residências possuem acesso a Internet de banda larga, no Brasil, este percentual é de somente 3%.

O Centro de Estudos Coreanos do GEAP/PUC-SP estuda o dinamismo econômico da sociedade sul-coreana, bem como seus impactos na sempre tensa relação existente entre a tradição e a mudança. Realiza pesquisas comparativas Brasil-Coréia, que visam ampliar o conhecimento recíproco das duas sociedades. A partir de um ponto de vista multidisciplinar o Centro investiga e dissemina conhecimentos relativos a mudanças políticas, sociais e culturais na Coréia do Sul e mais amplamente na península coreana. Acompanha os esforços de reunificação da península e a presença coreana no cenário internacional. Procura ainda acompanhar as atividades das empresas coreanas atuando no Brasil, como Samsung, LG, Hyundai, entre outras, e participar de eventos e iniciativas desenvolvidas pela comunidade coreana residente no Brasil.

 

*Gilmar Masiero é doutor em administração de empresas pela FGV-SP, Professor da FEA - USP e pesquisador do GEAP-PUC/SP. Desenvolve pesquisas sobre as Relações Brasil-Coréia e a economia coreana, bem como estuda a gestão de empresas na Ásia-Pacífico.

 

 

 

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