Na PUC-SP, a Psicologia foi a primeira área a instalar
sua pós-graduação.
E, embora iniciada com um curso em Psicologia da Educação
(1969), teve desde o início estudantes cujas pesquisas
lidavam com objetos e métodos da Psicologia Social. Por
exemplo, a dissertação de Mestrado de José
Roberto Malufe: "Caça ao tesouro: experimento de campo
em Psicologia Social".
É também desse período inicial do Setor de
Pós-Graduação o pedido para que a Fullbrigt
incluísse a Psicologia Social entre as áreas nas
quais a PUC estaria recebendo professores visitantes.O Setor de
Pós-Graduação passou por vários endereços
antes de se alojar no 4º andar do Prédio "Bandeira
de Mello". Num primeiro momento, formado apenas por três
Programas - Psicologia da Educação, Teoria literária
e Lingüística aplicada ao Ensino de línguas,
ocupou algumas salas numa casa da Rua Bartira (onde já
funcionara o Laboratório de Psicologia Experimental e onde
hoje funciona a Editora Cortez).
"Durante
alguns meses, ficamos todos juntos na Bartira. Foi lá que
aprendi, com Doutora Aniela, a pedir bolsa Fapesp para alunos
de iniciação científica."
Maria Antonieta Alba Celani (do PEPG-LAEL)
Instituto
de Psicologia da PUC-SP, 1969. Doutora Aniela Meyer-Ginsberg,
polonesa vivendo no Brasil desde 1936, naturalizada brasileira
em 1950 e trabalhando na PUC-SP desde 51 dirigia então,
no IP, o Setor de Pesquisa. Psicóloga Social, fora aluna
de Köhler, Wetheimer, Lewin, Murchow, Stern, em sua pós-graduação,
realizada em Berlim e Hamburgo (1927/28). No Brasil, em São
Paulo, já trabalhara no IDORT e na Escola Livre de Sociologia
e Política (onde dirigira o Laboratório de Psicologia
Social, além de dar aula nessa disciplina); no Rio de Janeiro,
na FGV (ISOP) e numa pesquisa para a UNESCO; e na Universidade
da Bahia (lecionando nas Faculdades de Filosofia e de Medicina),
em Salvador. No IP/PUC, veio dirigir o Centro de Orientação
Psicológica (onde fica até 62), passando então
a dirigir o recém-criado Setor de Pesquisa.
Grande
freqüentadora de congressos, nos quais apresentava suas pesquisas,
Doutora Aniela era filiada a duas associações internacionais:
a de Psicologia (IAP), e a de Psicologia Aplicada (IAAP). Nas
fotos abaixo, Doutora Aniela em dois desses momentos: 1952 (primeira
à esquerda, segunda fila) e 1982 (primeira à esquerda,
agora na primeira fila).
1970.
Sílvia Lane, formada em Filosofia pela USP e respondendo
pela então Cadeira de Psicologia Social da FFLC São
Bento desde 1965, acabara de decidir dedicar-se inteiramente a
essa área, na qual fazia agora seu doutorado, com apoio
direto do Professor Charles Osgood, da área de Psicologia
da Linguagem. Orientanda de Doutora Aniela e integrando o Departamento
de Pesquisa do Instituto de Psicologia, Sílvia teve oportunidade
de participar da idéia de criação do Mestrado
proposto como forma de manter juntos os projetos de pesquisa que
o IP já desenvolvia, e que poderiam se dispersar pelos
novos departamentos que a lei da Reforma Universitária
obrigava as universidades a instalar.
"Os
programas de Psicologia Social foram sistematicamente sendo reformulados:
de cursos teóricos e expositivos para cursos cada vez mais
voltados para a nossa realidade. Várias experiências
de integração inter-disciplinar foram feitas; as
primeiras tentativas foram com Antropologia e Sociologia, até
uma experiência muito bem sucedida com Psicologia Experimental
e Estatística, num programa para alunos de 4º Ano
do Curso (nesta época dávamos Psicologia Social
I no 3º Ano e II, no 4º Ano)." Sílvia
Lane. Memorial , 1982, p. 8
Enquanto
procedia aos estudos para a reforma imposta ("reforma consentida",
como a chamou Florestan Fernandes), a PUC-SP iniciou já
em 69 um Setor de Pós-Graduação que, pensado
como setor acadêmico e administrativo autônomo, permitia
desafiar a lei, contratando e pesquisando "fora dos departamentos"
e trazendo para reforçar a equipe PUC pessoal expulso de
instituições públicas.
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