Sexualidade na Identidade da Mulher Negra a partir da Diáspora Africana: o Caso do Brasil.

Elisabete Aparecida Pinto

Esta tese – Sexualidade na Identidade da Mulher Negra a partir da Diáspora Africana: o Caso do Brasil – trata das trajetórias de mulheres negras das décadas de 1930 a 1990 do século XX, focalizando como eixo de análise a construção da identidade, na sua dimensão sexual e afetiva. Esta tese também retrata a história social das mulheres negras e de seu povo em relação com a sociedade. Assim, ela traça um perfil das mulheres negras e da sociedade na qual elas estão inseridas, identificando os comportamentos recorrentes (que persistem através do tempo) e aqueles considerados exceções à regra.

Assim, um dos propósitos da mesma é verificar o impacto do racismo na vida sexual das mulheres negras através da perspectiva étnico-racial e de gênero.

Os dados foram coletados, prioritariamente, por meio de entrevistas em profundidades realizadas com 23 mulheres de 7 gerações, que são parceiras e co-autoras deste trabalho,pois elas interpretam as representações de suas vidas e do mundo em que vivem. Suas narrativas foram analisadas como um texto contextualizado pelos momentos históricos transversados pelas diversas realidades afetivas, econômicas, políticas e sociais.

Através das narrativas dessas mulheres foi possível identificar e interpretar como os estereótipos sobre a sexualidade continuam a permear a vida sexual e afetiva da população negra, sobretudo condenando milhares de seres humanos do sexo feminino e de pele negra a um lugar marginal.

Todavia, das narrativas das mulheres também sinalizam os caminhos percorridos para superação das práticas racistas e sexistas, bem como apontam à construção de identidades (de resistência, de projetos e emancipatórias) para as mulheres negras brasileiras, que seja capaz de garantir a essas mulheres o exercício de sua humanidade.