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“Homossexualidade e expressões contemporâneas da sexualidade: Perversões ou variações do erotismo?” Graciela Haydée Barbero RESUMO Sob este titulo desenvolvi uma pesquisa acerca da articulação existente na bibliografia psicanalítica entre o fenômeno da homossexualidade e outras variações eróticas, e o conceito de perversão ou de estrutura perversa, fatores que considero distintos e que a atualidade social estaria revelando como tais. Descobri que estes dois fenômenos, na minha maneira de ver, heterogêneos, se superpõem de uma maneira tal, na maioria dos autores pesquisados, que decidi voltar à obra de Freud e Lacan para ver se haveria neles argumentos ou idéias que oferecessem sustentação a esta relação. Neles, estes fenômenos estão diferenciados ou se confundem? Comprovei que, se bem em Freud há considerações contraditórias que permitem afirmar uma ou outra coisa, por confundir, às vezes, o conceito de falo com o órgão peniano que o representa, o horizonte no que se desenvolvem suas teorias aponta para uma utilização do conceito de perversão ligado a uma estrutura clínica diferenciada, independente de critérios morais. Se bem este autor se refere à homossexualidade como uma perversão, porque sexualidade não ligada à reprodução, não há nele verdadeiramente uma teoria única que explique como a libido, dirigida a objetos do mesmo sexo que seu portador, faria sempre parte de uma estrutura perversa. Isto se aplica a qualquer outra variedade erótica que no mundo contemporâneo adquire visibilidade. Na realidade, os estudos sobre a perversão abriram caminho, em Freud e Lacan, para mais uma ampliação da pesquisa sobre a sexualidade humana e o desejo, em geral. O que acontece é que estamos vivendo um momento de transformação social, que inclui, principalmente, uma mudança na Erótica. É isto que os relativamente novos Estudos Gays & Lésbicos , e os Estudos Queer , nos ajudam a acompanhar, pelo que também fiz uma sondagem do trabalho de autores dentro deste campo para identificar e caracterizar algumas questões e discussões sobre o tema que impliquem articulações relevantes para a psicanálise. Lacan, avançando nos graus de abstração de sua teoria, permite ir além destes impasses e pensar os conceitos psicanalíticos: Édipo, falo, castração, neuroses, Nome do pai, Estruturas clínicas e defensivas e outros, como operadores conceituais dentro de uma lógica que articula o símbolo (o significante) com a materialidade do real, a linguagem e a sexualidade. Sua principal contribuição teórica deriva da inven&c |