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A Demanda e Escolha das Mães por Educação Infantil: Um Novo Tema para o Estudo da Educação Infantil. Maria de Fátima Evangelista Mendonça Lima RESUMO Esta tese tem por objetivo geral, juntamente com as demais pesquisas realizadas pelo NEGRI – Núcleo de Estudos de Gênero, Raça e Idade, do Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Social da PUC/SP, contribuir para a compreensão da construção social da infância e adolescência no Brasil. Especificamente, esta tese analisa as concepções de infância e maternidade pobres no Brasil, por meio do tratamento dado pela política educacional à Educação Infantil (EI) na década de 1990. A tese tem como base empírica a análise do sentido que as mães atribuem a suas demandas/escolhas por EI, levando em conta a lógica do Estado que se mistura nessa atribuição de sentidos. A análise de conteúdo (Bardin, 1977) foi empregada como procedimento para analisar as entrevistas. Os resultados destacam a centralidade da norma social da “boa” mãe, na construção das características da demanda/escolha das mães por EI, que atribui à mãe e, por extensão, à mulher, uma dimensão “oblativa” da responsabilidade para com a criança pequena, repassada por meio da dinâmica intergeracional. A interpretação dessas características sugere que o Estado, através das políticas sociais de EI que institui, desenvolve um papel fundamental na transformação ou manutenção das práticas sociais, considerando que a demanda/escolha das mães por EI é produto de um contexto social particular e do conjunto de restrições morais e estruturais.
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