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FERNANDO CÉSAR PAULINO PEREIRA MEMÓRIA SE FAZ NA HISTÓRIA: UM ESTUDO DA IDENTIDADE DE METODISTAS MILITANTES SOCIAIS ORIENTADOS PELA TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO Resumo: Esta pesquisa teve como foco principal a experiência religiosa de sujeitos que se autodefinem como protestantes metodistas e que se envolveram em movimentos sociais orientados pela Teologia da Libertação, com o objetivo de compreender o processo de formação e transformação da identidade humana como metamorfose que busca a emancipação. Na análise desses processos formativos também houve a preocupação de compreender os processos de integração desses sujeitos na sociedade, verificando as personagens encarnadas por eles como possíveis formas idiossincráticas de assumir papéis sociais em grupos, movimentos sociais e/ou organizações. Na medida em que tais papéis são afetados por políticas de identidade que definem expectativas de papéis, a luta pela emancipação não se fez sem a necessidade de articular possibilidades de superação com mecanismos de reposição de pressupostos que buscam estabelecer a reprodução de identidades coletivas convencionais. Com isso, a pretensão foi de contribuir com subsídios que permitam elaborar fundamentação científico-psicológica para a práxis do psicólogo social, visando à superação de preconceitos e abordagens reducionistas sobre a experiência religiosa, de forma a verificar se e como a mesma pode ter sentido emancipatório na história de sujeitos. Numa abordagem qualitativa estudamos as narrativas de histórias de vida de quatro sujeitos, como expressões potenciais da construção de novos sentidos de vida que metamorfoseiam suas identidades num movimento que envolve tanto a superação de contradições como a reposição de pressupostos convencionais, na busca da emancipação - segundo a compreensão da identidade enquanto metamorfose de Ciampa (1987/2005) e do pensamento pós-metafísico de Habermas (1988/2002). Concluímos que no processo de militância e no movimento da identidade, como metamorfose em busca de emancipação, os sujeitos vão se individualizando na tentativa de concretizar suas identidades políticas com alguma autonomia frente ao poder da burocracia da organização religiosa. No esforço de se apropriarem e, ao mesmo tempo, superarem políticas de identidade, a que foram expostos no processo socialização, vimos que é no processo de individualização que os sujeitos desenvolveram suas identidades políticas e se tornaram mais plenamente sujeitos políticos
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