JURACY ARMANDO MARIANO DE ALMEIDA

SOBRE A ANAMORFOSE: IDENTIDADE E EMANCIPAÇÃO NA VELHICE

Resumo:

Resumo:
Sobre a anamorfose: identidade e emancipação na velhice é uma exploração teórica do uso da noção de anamorfose no estudo da identidade humana. Partindo de uma analogia com o modo como a anamorfose é utilizada nas artes, particularmente na pintura, a tese procura estudar as imbricações dessa noção como o sintagma identidade-metamorfose-emancipação. A idéia é utilizá-la como uma lente para o estudo de fenômenos de dominação e exclusão social que recaem sobre as chamadas minorias sociais, afetando os modos como são construídas suas identidades. A tese toma como referência maior uma categoria social emblemática, a dos idosos, marcada por estigmas e pela ausência de reconhecimento, ou seja, por uma identidade desidentificadora.
Atualmente, as pessoas idosas são confrontadas com modelos identitários que negam a indivudualizão: há o modelo tradicional, que promove a conformidade, o recolhimento e a sujeição do indivíduo, provocando sua exclusão social e uma sociabilidade restrita e sem-autonomia e, anteposto a ele, temos a emergência de um novo modelo - do idoso ativo - centrado nas idéias do rejuvenescimento e do cidadão-consumidor, Ambos os modelos concebem formas identitárias alienadas, se não patológicas, vinculadas a interesses sistêmicos (estatais e econômicos), que dificultam as possibilidades da vida autônoma e o reconhecimento dos idosos como sujeitos.

A tese procura desvelar as armadilhas desses modelos, voltados para o controle e a administração da velhice e, ao mesmo tempo, explorar possibilidades de projetos emancipatórios baseados na idéia de uma vida digna para todos. Ao mesmo tempo, aponta para a necessidade de modos de relacionamento flexíveis, abertos a novas manifestações identitárias e as novas formas de relacionamento.