O tabloide quinzenal Porandubas foi criado e editado sob minha liderança entre março/1977 e dezembro/1985. Naqueles anos de chumbo, a PUC-SP se articulou ao projeto do grão-chanceler, Dom Paulo Evaristo Arns, somando-se à resistência democrática e procurando fazer pontes com o povo.

Ao longo dos nove anos, forjou-se um veículo complexo e contraditório, à semelhança de seu público. Nossas pautas mais frequentes foram os eventos do Teatro da Universidade Católica, TUCA, e do Instituto de Estudos Especiais, atual Coordenadoria de Estudos e Desenvolvimento de Projetos Especiais - CEDPE, a democracia universitária, o pensamento acadêmico progressista, a história da instituição, a prestação de serviços por parte da universidade, os setores oprimidos da sociedade, a Teologia da Libertação.

Em processo de contínuo crescimento, o Porandubas saltou dos iniciais 1.000 exemplares mensais de quatro páginas, para 15 mil exemplares quinzenais de 12 páginas. No período mencionado, foram produzidas 109 edições, numa tiragem total de 1,2 milhão de exemplares, somando 802 páginas que corresponderiam a cerca de 3.208 páginas de livro. A partir de 1986, o Porandubas durou mais três anos, com outra equipe.

Como uma epiderme da Universidade, nosso jornal ajudou-a a tocar a si mesma, mapear seus pontos prazerosos e/ou dolorosos. Para nossa diminuta equipe, estava claro que prestávamos serviço a uma comunidade da qual a Reitoria era uma parte e de cuja democracia era a fiadora, juntamente com Dom Paulo.

Assim, nossa linha editorial foi dialeticamente tecida, atravessando um canal de comunicação bem parecido com a Universidade múltipla a que se dirigia e que respondeu àquele momento da vida brasileira.

Prof. Dr. Jorge Claudio Noel Ribeiro Júnior, fundador do jornal Porandubas
Departamento de Ciência da Religião/ Faculdade de Ciências Sociais da PUC-SP

Para saber mais sobre a história do Jornal Porandubas, acesse: http://www.apropucsp.org.br/revista/r17_r11.htm