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HISTÓRICO

O NEC (Núcleo de Estudos Culturais: Histórias, memórias e perspectivas do presente) surgiu em 2002 como um desdobramento do núcleo Cultura, Trabalho e Cidade, criado em 1996, sob a liderança de Déa Ribeiro Fenelon.

Desde a criação do Núcleo Cultura, Trabalho e Cidade, formalizado em 1996, adotamos a perspectiva de pensar a História Social a partir da reflexão que, articulando as categorias Cultura, História e Memória, estabelecesse como campo de investigação os trabalhadores na cidade e no campo, os modos culturais do viver urbano, a constituição de espaços e territórios da cidade e seus processos de transformação. Isto significou considerar a cultura como campo da pluralidade e da diferença, portanto como espaço de produção de sentidos pelos sujeitos sociais no passado e no presente. Implicou igualmente em pensar a cidade como o lugar central da realização da vida capitalista, e a memória como um campo de disputas políticas entre memórias hegemônicas e memórias dissidentes ou alternativas.

A atuação dos professores do Núcleo no interior do Programa de Pós-Graduação de História da PUCSP se deu por meio de sua presença ativa no desenvolvimento de projetos de pesquisa e no trabalho de orientação de Dissertações e Teses, cujos resultados se evidenciavam na formação de professores/pesquisadores e no fortalecimento de uma tradição historiográfica pautada pelo rigor teórico e metodológico e por seu compromisso com a transformação social. No campo de formação de professores do ensino básico, procuramos, em nossa atuação em projetos e programas de educação continuada, nos diferenciar dos tradicionais cursos de “reciclagem” voltados para a atualização da bibliografia ou dos chamados conteúdos históricos. Na contramão dessa tendência, defendemos que em qualquer nível de escolaridade os alunos são capazes de produzir conhecimentos e que, portanto, é possível desenvolver o ensino como pesquisa.
Na busca de aprofundamento do diálogo interdisciplinar e da reflexão sobre formação de historiadores e sobre o ensino-apredizagem de História, o Núcleo realizou o Seminário “Brasil, 500 anos: sentidos da comemoração”, a publicação de um número especial da revista Projeto/História com o mesmo título e apresentou sob sua liderança o projeto “Cultura, Trabalho e Cidade: Muitas Memórias, Outras Histórias”,  ao Programa de Colaboração Interinstitucional da Capes (PROCAD), realizado de 2002 a 2004, com a participação de historiadores de outras instituições, dentre as quais, salientamos a Universidade Federal de Uberlândia (Linha de Pesquisa Trabalho e Movimentos Sociais), a UNESP-Assis (Linhas de Pesquisa: Identidades Culturais, Etnicidade e Migrações; Política: Ações e Representações) e a UCSAL (Núcleo de Estudos da Cultura, Poder e Memória). Desse trabalho resultaram dois Seminários (2003 e 2005), a partir dos quais foram organizadas duas publicações: Muitas Memórias, Outras Histórias (2004) e Outras Histórias: Memórias e Linguagens (2006), respectivamente.

Nesse percurso, a partir do processo de discussão, elaboração e da publicação Muitas Memórias, Outras Histórias, novas questões e perspectivas de investigação e ação demandaram novos encaminhamentos, entre os quais a criação do NEC. Retomamos algumas questões pontuadas de modo coletivo na formulação do Projeto PROCAD e que estão na base do desenvolvimento das vertentes de estudo e da experiência profissional e social vivida pelos membros do grupo, nos últimos anos. Daí o empenho na formulação de um campo historiográfico temático e político que buscasse dar visibilidade às outras histórias: dos dissidentes, dos derrotados que, mesmo em condições adversas, foram sujeitos de suas histórias, viveram e pensaram sua própria vida, resistindo, improvisando papéis, produzindo saberes, enfim, produzindo cultura. Falávamos, pois, de um campo historiográfico que possibilitasse a construção de uma narrativa histórica não apenas retrospectiva, mas cujo olhar prospectivo nos orientasse para o futuro. Em outras palavras, propúnhamos a construção de um olhar político, segundo o qual o tempo presente é uma dimensão que nos impulsiona para o futuro, mesmo quando estudamos o passado.

No processo de realização de Outras Histórias: Memórias e Linguagens, buscamos fazer avançar nossa reflexão coletiva sem, contudo, perseguir a unanimidade de idéias. Tratava-se de reatualizar reflexões e procedimentos em relação ao nosso trabalho com a linguagem, de modo articulado com as noções de experiência e cultura, rejeitando o tratamento reducionista da linguagem como mera representação ou comunicação do sujeito com um mundo que lhe é exterior. Conforme a apresentação de Déa Fenelon , “os textos da presente obra partem da compreensão de que é preciso explorar diferentes modos de vida global, orientados pela premissa de que a cultura é um campo em que as contradições se explicitam e a luta de classes, sempre presente no social, se apresenta de diversas formas e constrói caminhos alternativos. Essas características exigem o reconhecimento de culturas em toda a sua pluralidade e diversidade.”
Todas essas questões constituíram-se em subsídios para a atual configuração do Núcleo, cuja denominação contempla as principais linhas teóricas que o redefiniram.