O presente artigo aborda três momentos na história da teoria crítica que, desde a década de 1960, reivindicam a desestabilização de modelos antropocêntricos de produção de conhecimento. O primeiro refere-se ao “fim do homem”, proclamado por Michel Foucault em “As Palavras e as Coisas”, de 1966. O segundo é o advento do pós-humano, entre os anos de 1980 e 1990. O terceiro diz respeito à chamada “virada do não humano”, declarada na primeira década do século XXI. O texto tem por objetivo evidenciar uma onipresença do pensamento foucaultiano nessas tendências de pensamento crítico. (...) |
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Crip teleportation: the animal that therefore I am—or I am not - por Francisco Trento This paper examines how disabled body-minds are discursively dehumanized or superhumanized. It draws on Critical Disability Studies and the Crip Studies scholarship and focuses on invisible mental disabilities, mainly those of the neurodiversity spectrum. (...) |
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Bioceno: as revoluções da Terra e a nova era da vida artificial - por Rodrigo Petronio Há alguns anos concebi e comecei a desenvolver um novo conceito a partir de um neologismo: “bioceno”. Ao pesquisar o termo “bioceno” em inglês, deparei-me com um nome solitário, isolado como uma ilha no oceano da internet: Vikram Shyam. Shyam é pesquisador da NASA na área de engenharia e inteligência artificial. Neste ensaio, dialogo com os conceitos de paleomimesis, fisiomimesis, biomimesis e antropomimesis desenvolvidos por Shyam. (...) |
O último olhar de King Kong: antropocentrismo e tecnociências - por Adriano Messias Os símios estão entre os animais historicamente escolhidos pelo sapiens como cobaias, duplos, companhia, peças de jogos de espetáculo e de extermínio. Os macacos são uma escolha usual em laboratórios no que diz respeito às pesquisas das chamadas “naturezas híbridas”, que investigam, por exemplo, a produção de órgãos e tecidos para transplantes. (...) |
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Quando as mecânicas de jogo emergem das colônias de formigas - por Michelle Westerlaken Este trabalho contextualiza a pesquisa desenvolvida por Michelle Westerlaken, em 2016, acerca da interação de formigas no design de jogos lúdicos. Na primeira parte do artigo, a autora defende a ludicidade como um atributo comum entre humanos e animais, e sugere dois caminhos possíveis para se pensar a participação dos animais no desenvolvimento de uma mecânica do jogo: o animal como parte do sistema e o animal como jogador. A segunda parte problematiza algumas das questões envolvidas no projeto e desenvolvimento de uma mecânica de jogo para entidades com as quais não nos relacionamos no contexto de interações lúdicas, como no caso das formigas. (...) |
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SARS-CoV-2: um ensaio de semiobiônica computacional - por Carlos Eduardo Pires de Camargo Apresenta-se neste ensaio o conceito de “semiobiônica computacional”, derivado da biônica clássica e que utiliza a semiótica como campo mediador entre o mundo biológico e os sistemas computacionais bioinspirados. O foco é o desenvolvimento de modelos que possam servir à criação de dispositivos de engenharia ou técnicas de simulação em contexto de software. (...) |