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Lideranças políticas no brasil
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Linhas de Pesquisa

 

O Projeto Temático foi dividido em quatro linhas de pesquisa, baseadas nos onze temas, arrolados no projeto original:

  1. Natureza da liderança política – entre o governante e a instituição;
  2. Especificidades históricas da liderança política;
  3. Determinações para caracterizar um líder político;
  4. Fundamentos histórico-filosóficos para a compreensão do tema;
  5. Circunstâncias políticas na emergência da liderança política;
  6. Indícios de liderança, presentes na biografia de um indivíduo;
  7. Lideranças políticas no Brasil – Império e século XX e XXI;
  8. Relações entre processo eleitoral (sucesso) e a emergência do líder político
  9. Aproximações e distanciamentos entre liderança política e liderança empresarial;
  10.  Em que medida, os casos que estudamos – Jânio Quadros, Adhemar de Barros, Maluf, Lula, Collor e Marta Suplicy – apresentam possibilidades de discutir essas questões?
  11. Problematizações e novas abordagens para análise da liderança política sob a Internet.

Neste sentido, o projeto passa a estruturar-se nos seguintes grupos de trabalho:

GT 1: Liderança política nas teorias e nos sistemas de pensamento;

  • Coordenação : Silvana Maria Corrêa Tótora
  • Pesquisadores : Miguel Chaia, Rosemary Segurado, Telmo Estevinho, Syntia Alves, Natasha Bachini Pereira, Pedro Malina, Vera Chaia, Leonardo França, Carlos Melo.
  • Eixos de pesquisa:

No primeiro bloco podemos reunir diferentes atuações políticas de liderança tendo como diferencial a ascendência de uns sobre os outros, pelos seguintes fatores: dar início a algo novo, a fundação de novas instituições e arranjos políticos, catalisar grandes mudanças sociais; um êthos expresso na coragem da verdade no enfretamento dos que governam, pondo em risco sua vida.

 

No segundo bloco estão os líderes como efeitos do dispositivo de poder e que por sua vez fazem com que esses mecanismos funcionem. Cumpre salientar que essas tecnologias não são estruturas generalizáveis que se aplicam igualmente em diferentes contextos históricos. Ao contrário, elas exigem um minucioso estudo descritivo de seu funcionamento, elas sofrem mutações e tem uma história descontínua. Tais lideranças podem variar numa escala que vai do tipo grotesco (descrito por Foucault [2001] no seu curso “Os anormais”) ao governante burocrata. Um mesmo personagem poderá, em determinado contexto e momento da história, se configurar como liderança que afronta os próprios mecanismos de governo e tornar-se, em outro momento, um líder que faz funcionar esses mesmos mecanismos.

 

Num terceiro bloco teórico metodológico corresponde os autores que priorizam a ação da liderança política no âmbito das instituições políticas. Destacam os pensamentos de Max Weber e a especialização da liderança política com base numa vocação que se profissionaliza na atuação política: trata-se, pois, dos políticos profissionais. Para Weber o Parlamento seria o lócus privilegiado para a emergência de uma liderança política. Schumpeter, na esteira de Weber, refere-se ao acesso destas lideranças aos cargos políticos por meio dos partidos que disputam o voto no mercado eleitoral para a obtenção do poder político. Selecionamos além dos autores considerados seminais uma extensa bibliografia de abordagem das instituições políticas.

 

O quarto bloco teórico destaca-se pela necessidade de um estudo específico da obra de vários autores que analisaram a liderança política no Brasil e na América Latina, ou forjaram conceitos para a análise da ação política de governantes.

 

Conceitos Relevantes:

  • Bonapartismo, cesarismo e populismo. Com base nestes conceitos selecionamos, dentre outros autores, para um a primeira abordagem: Gino Germani, Ernesto Laclau, Octávio Ianni e Francisco Weffort.
  • No levantamento de estudos de autores de destaque no pensamento político brasileiro que abordaram o tema da liderança política estão, entre outros: Sergio Buarque de Holanda, Azevedo Amaral, Plínio Salgado.


GT 2 - Lideranças políticas nos distintos períodos históricos brasileiros;

  • Coordenação - Vera Lucia Michalany Chaia
  • Pesquisadores: Cristina de Amorim Maranhão Gomes da Silva; Rodrigo Estramanho de Almeida; Tathiana Senne Chicarino; Rafael Balseiro Zin; Katia Saisi, Carla Montuori Fernandes; Genira Chagas; Silvana Martinho; Marco Antonio Carvalho Teixeira.
  • Eixos de análise

Pela necessidade de criação de um quadro teórico acerca das lideranças políticas, que possa dialogar com os resultados empíricos trazidos pela sistematização de um banco de dados, de forma experimental, foram estabelecidos três eixos de análise (em consonância com o Grupo 1), a saber: a origem, a atuação e as características das lideranças estudadas.


Sobre o primeiro eixo, cabe ressaltar que o início da trajetória das lideranças políticas pode se referir a mais de um dos espaços inicialmente elencados, sendo eles:
a) Lideranças surgidas no governo, ou seja, dentro do ordenamento institucional público;
b) Lideranças surgidas em esferas sociopolíticas externas ao governo;
c) Lideranças surgidas de forma intermitente, ou seja, quando não é possível definir uma origem específica, pois, há um descontinuísmo que lhe é peculiar;
d) Lideranças típicas da multidão, um conceito caro a Negri e Hardt (2001), que se refere ao protagonismo dos indivíduos dentro de um sem-número de singularidades e que se caracteriza não por sua atuação individual, mas como um sujeito coletivo que atua de forma comum.


O segundo eixo de análise contemplará a compreensão de determinados tipos de atuação política do líder, sendo:
a) líder de massas;
b) líder político;
c) líder articulador;
d) líder heroico;
e) líder ubuesco.


Finalmente, no terceiro eixo, procuraremos estabelecer algumas das principais características das lideranças políticas.


O esforço de sistematização das lideranças, através de períodos históricos preestabelecidos, nos mostrará os tipos históricos que devem ser incorporados à investigação, como, por exemplo: lideranças regionais, messiânicas, de mulheres, de negros, entre outras a serem incorporadas à pesquisa.

  • Fichas Bibliográficas

Após a coleta dos nomes propostos das lideranças brasileiras de diversos períodos históricos e da criação das categorias que compreendem o banco de dados, foram criadas fichas biobibliográficas (biofichas), contendo os principais dados biográficos da possível liderança, como data e local de nascimento; formação profissional; formação política, etc.; e as principais referências bibliográficas das lideranças. Neste campo, dividiu-se as informações entre as referências produzidas pela liderança e referências produzidas sobre as lideranças, como bibliografias e teses e dissertações produzidas em meio acadêmico. Quando existente, inclui-se, também, neste campo de referências, produções de audiovisual sobre a liderança.

 

Além de a bioficha conter campo para os dados biográficos e bibliográficos das lideranças, determinou-se a redação de uma pequena nota biográfica. Ou seja, incluiu-se nas biofichas um pequeno texto, que conta a trajetória política da liderança em questão. A existência desta nota foi pensada para aprofundar o estudo do banco de dados, quando este estiver finalizado e disponível para consulta. Assim, quando um usuário pesquisar sobre uma determinada liderança no banco e quiser se aprofundar nos dados da mesma, encontrará a nota biográfica e os dados, já mencionados, podendo aprofundar sua própria pesquisa.


Acredita-se que, com a existência dos campos biográficos, a nota biográfica e os campos de referências produzidas sobre e pela liderança abranger-se-á o máximo possível sobre a existência política da personagem.

 


GT 3 - As representações das lideranças políticas na mídia e na arte;

  • Coordenação - Miguel Wady Chaia
  • Pesquisadores: Telmo Estevinho, Rodrigo Estramanho, Syntia Alves, Paulo Niccoli Ramirez, Marcelo Burgos, Vera Chaia e Silvana Martinho.
  • Eixos de Estudo:

O Grupo elegeu três eixos deverão orientar a pesquisa na relação entre líder, mídia e arte:

  • Representação e disseminação da figura/imagem do líder político na forma como se manifesta na arte e na mídia;
  •  Atuação do líder político na arte e na mídia;
  • Utilização da arte e da mídia pela liderança política.

Estes três eixos deverão permitir analisar alguns dispositivos artísticos e midiáticos na prática política brasileira, buscando especificidades nestes setores. Portanto deverão ser buscadas as seguintes características das lideranças políticas: forma da visibilidade; referência histórica que justifique o significado da liderança; grau de legitimidade alcançado pela representação midiática ou estética; imagem construída; reprodutibilidade técnica da imagem.

  • Recortes empíricos preliminares
  • No interior das lideranças do século XIX identificar entre algumas lideranças aquelas que exercem a função de artistas e/ou jornalistas. Será pesquisada a origem de uma tradição que articula as relações entre políticos e jornalistas. Pretende-se fazer uma seleção e mapeamento de algumas lideranças que, por exemplo, tenham participado da Câmara e Senado no 2º Reinado (a partir da composição institucional) como José de Alencar, José Bonifácio, Zacarias de Góes e Vasconcelos. No período regencial: padre Feijó, Visconde de Uruguai, Marques de São Vicente. Virada para o 1º Reinado: Hipólito José da Costa. Essas lideranças poderão ser reduzidas em função do andamento da pesquisa.
  • Deverá partir da forte relação existente no Brasil entre cultura (literatura) e política. Nesse sentido a pesquisa deverá se nortear pelos seguintes aspectos:  modernismo – frisando a relação entre homem público e artista; liderança cultural enquanto criador de políticas culturais; significado de algumas lideranças enquanto “vanguarda”, buscando apanhar as lideranças diferenciando-as das lideranças tradicionais e enfatizando o caráter específico deste outro tipo de liderança, enquanto organização coletiva, descentralização, qualidade carismática e eventuais tendências revolucionárias. Para desenvolver essa pesquisa deverão ser estudados Mario de Andrade, Ariano Suassuna e Gustavo Capanema (sob Getúlio Vargas).
  • Estudo de Glauber Rocha como liderança no interior do cinema brasileiro, no processo cultural em geral e na vida política.  Além do mais será analisado um segundo sub-tema que abordará a relação de Getúlio Vargas e o cinema no Brasil. Trata-se de uma pesquisa que deverá tratar de uma liderança política cultural na contemporaneidade. A presença do cineasta Glauber Rocha na cultura brasileira é significativa; o estudo de sua trajetória permite observar uma liderança que se desloca continuamente entre arte e política.
  • Estudo das lideranças políticas religiosas. A presença de pastores evangélicos e de políticos que se destacam pelas suas posturas e propostas ligadas às diferentes Igrejas e seitas religiosas.
  • Análise das representações políticas nas representações em segmentos da ilustração e cartum. Serão desenvolvidos três eixos, visando abranger três momentos marcantes da vida política brasileira do século 20 e início do século XXI.
  • Perspectiva da análise da liderança política, a partir de alguns órgãos da imprensa escrita.
  • Análise da relação entre lideranças políticas e cinema.


GT 4 - Dimensões da política atual e a liderança política em questão;

  • Coordenação - Rosemary Segurado
  • Pesquisadores: Claudio Luis Penteado, Luis Eduardo Tavares, Natasha Bachini Pereira, Pedro Malina, Rafael de Paula Aguiar Araujo e Tathiana Senne Chicarino.
  • Eixos centrais

I.  Análise do debate sobre as lideranças políticos nos coletivos de ciberativismo durante a partir das manifestações ocorridas durante junho de 2013, conhecidas como Jornadas de Junho.  


Entre os critérios de escolha desse eixo como nucleador das atividades de pesquisa do subgrupo, destaca-se a intensidade das críticas às lideranças políticas durante as manifestações ocorridas em junho de 2013. De forma bastante intensa os coletivos que utilizaram as mídias digitais manifestaram descontentamento com a ação dos líderes políticos do país e colocaram no centro do debate a necessidade de se construir espaços de atuação política horizontais, demonstrando o descontentamento com as lideranças existentes. Outro fator verificado pela equipe foi o questionamento às instituições políticas tradicionais, tais como partidos políticos, sindicatos e movimentos sociais. A partir dos discursos dos ativistas integrantes dos coletivos, verificou-se que além da crítica às lideranças políticas, havia a problematização dos mecanismos de representação e do distanciamento das instituições da população de maneira geral.

 

II. Acompanhamento dos coletivos atuantes nas jornadas de junho durante as eleições presidenciais de 2014.


A discussão realizada pelos pesquisadores se pautou na necessidade de se verificar o comportamento e o discurso dos coletivos de cibercultura durante o período no qual as lideranças políticas estão mais em evidência, nesse sentido, a equipe considerou importante o desenvolvimento de uma metodologia capaz de viabilizar a observação dessa atuação durante o processo eleitoral.


Outra questão também considerada relevante é verificar como será realizada a crítica aos partidos políticos e a representação por esses coletivos, buscando identificar correspondências entre o discurso realizado durante as manifestações de junho e as eleições presidenciais de 2014.

 

III. Desenvolvimento de metodologia para análise dos estudos de rede.


O objetivo principal dessa atividade é compreender a dinâmica da atuação dos coletivos de ciberpolítica.


Considerando a complexidade presente na dinâmica das redes sociais digitais e tendo em vista a necessidade de analisar como se desenvolve a atuação política em rede, entender em que medida a política em rede acaba com o papel das lideranças, mas não elimina as formas de protagonismos.


Nesse sentido, o desenvolvimento de metodologia capaz de identificar não somente os perfis de cada coletivo de ciberativismo, mas também compreender as formas e intensidade da interatividade estabelecida entre eles.  Foram previamente selecionados os seguintes coletivos:

  • Anonymos Brasil;
  • Anonymos BR;
  • Quero fim da corrupção;
  • A verdade nua e crua;
  • Mídia Ninja;
  • Fora do Eixo;
  • MTST (Movimento dos trabalhadores sem-teto).

Adotamos a análise de discurso como metodologia de construção das categorias de análise das postagens dos coletivos separadas em nove blocos.

  • Interatividade

Engloba as categorias: curtir/comentar/compartilhar. e foram quantitativamente categorizadas.

  • Estratégias de comunicação

Empreendemos uma definição conceitual dos tipos específicos de comunicação utilizados na rede, sendo eles:

  • Evento off-line.
  • Informação: relato descritivo.
  • Posicionamento político: posicionamento e adesão a uma causa e/ou discurso, demonstração de politização.
  • Debate: confrontação de ideias de forma mais explícita. Geralmente ocorre nos comentários.
  • Evento online: criado no facebook.
  • Petição.
    • Temas (gerais e que poderiam ser tratados nas postagens segundo recorte previamente estabelecido considerando o contexto político e social atual)
  • Segurança pública.
  • Saúde.
  • Habitação.
  • Violência policial.
  • Presos políticos.
  • Mobilização urbana.
  • Pesquisas eleitorais.
  • Religião.
  • Educação.
  • Corrupção.
  • Reforma política.
  • Reforma tributária.
  • Reforma previdenciária.
  • Economia.
  • Agronegócio.
  • Sustentabilidade e meio-ambiente.
  • Relações exteriores.
  • Gênero.
  • Questão racial.
  • Desigualdade social.
    • Recursos utilizados (nas postagens)
  • Foto.
  • Texto.
  • Filme.
  • Ilustrações.
  • Meme (ou virais).
  • Outros.
    • Lideranças citadas / valência (todas de âmbito nacional)
    • Partidos citados / valência
    • Temas-chave (considerados segundo escopo da pesquisa)
  • Democracia representativa.
  • Mídia tradicional.
    • Temas polêmicos
  • Aborto.
  • Drogas.
  • GLBTT.
    • Observações (questões que precisam ser aprofundadas em postagens que apresentaram significativa interatividade, ou questões importantes que não foram consideradas incialmente)

IV. Desenvolvimento do projeto conjunto com a University of Queensland, Austrália, pela linha de cooperação internacional FAPESP-ATN.


Título: Desenvolvimento de metodologias conjuntas para a análise de práticas políticas em rede.


Tendo em vista que uma das principais características das novas formas de participação política é o uso das tecnologias de informação e de comunicação para a ação política, o projeto de cooperação Brasil e Austrália tem como objetivo principal elaborar metodologia conjunta para analisar as práticas políticas desenvolvidas em rede.


 

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