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O Fenômeno Collor: de Alagoas ao Planalto, das Eleições ao Impeachment

 

Cientista político, Carlos Alberto Melo (IBMEC – SP) demonstra as circunstâncias de ascensão e queda do ex-presidente
Como um completo outsider do nosso sistema político-partidário se fez subitamente presidente da República, com mais de 35 milhões de votos, na primeira eleição direta após o fim do regime militar?

Primeiro presidente da República eleito pelo voto direto, após quase 30 anos, Fernando Collor de Mello não terminou seu mandato e frustrou diversas expectativas. Alvo de inúmeras denúncias, teve seu governo interrompido por impeachment e seus direitos políticos cassados pelo Congresso Nacional em 29 de setembro de 1992.

Ainda assim, decorridos tantos anos, sua figura ainda suscita debates apaixonados; está de volta à cena política e sua trajetória permanece como enorme interrogação para os brasileiros. Afinal, o que foi o "fenômeno Collor"?
Collor: O Ator e Suas Circunstâncias, do cientista político Carlos Melo, lançamento da Ed. Novo Conceito, apresenta o "fenômeno Collor" como objeto de um estudo revelador.

Para o autor, o ex-presidente é um fenômeno não por ser extraordinário, mas porque pode ser compreendido na dinâmica das relações históricas e sociais de seu tempo: o Brasil dos últimos 30 anos.

“Nada é mais poderoso do que uma idéia cuja hora chegou.” Para o cientista político Carlos Melo, a frase de Victor Hugo ilustra o contexto em que Fernando Collor despontou numa vertigiosa trajetória rumo à presidência da República. Chegara a hora de transformações radicais na estrutura da economia e do Estado brasileiros. Esse fenômeno não se daria apenas no Brasil, atingindo vários países da América Latina e também economias mais desenvolvidas.
Sucedeu o conturbado governo Sarney, marcado por grande instalibilidade econômica e insatisfação popular, encarnando o "caçador de marajás” e o “líder moderno”.

De acordo com Melo, “para a massa, Collor prometeu a moralidade e o fim das desigualdades, dos ‘pés-descalços’ e dos ‘descamisados’. Aliás, termos que tomou de empréstimo a Evita Perón. Para a elite, acenou com a modernização do Estado, com a abertura da economia, com a liquidação do nacional-desenvolvimentismo cambaleante, com a enorme transferência patrimonial que o país levaria a termo por meio das privatizações. Manteve-se na corda bamba enquanto pôde e o talento para o exercício da ambigüidade lhe permitiu”,.

O cientista político conclui que a ascensão de Fernando Collor à Presidência da República do Brasil foi o resultado de uma rara habilidade em compreender e aproveitar as circunstâncias gerais do país e do mundo com a capacidade de enfrentar os desafios com que o ator-político normalmente se depara.
Já sua queda pode ser entendida como a falta da exata compreensão do modo e das características do funcionamento do sistema político no Brasil, onde apenas os milhões de votos e a popularidade conquistada na eleição –– e na empolgação dos primeiros meses de mandato –––– não bastam.
Essas características, a habilidade para o jogo eleitoral e a falta de compreensão das regras do poder, são avaliadas em Collor: O Ator e Suas Circunstâncias com grande riqueza de dados históricos, citações e referências.

A publicação traz prefácio do renomado economista Eduardo Giannetti, e apresentação do ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega, que se encarregou das “orelhas” da capa. Há também um caderno colorido de imagens com fotografias históricas.
Collor: O Ator e Suas Circunstâncias é uma análise lúcida e abrangente dos eventos que culminaram na ascensão e queda do ex-presidente que, para Carlos Melo, partindo do pensamento de Maquiavel, foi um príncipe com fortuna mas sem virtú.

Tanto Giannetti quanto Mailson da Nóbrega apontam este lançamento da Editora Novo Conceito, como leitura imprescindível para entender o “fenômeno Collor”, episódio marcante da história política brasileira, seus personagens, bem como seu legado. Torna-se possível, assim, compreender também diversos aspectos dos governos que o sucederam, como o de Fernando Henrique Cardoso, ou, até os dias de hoje, o de Luíz Inácio Lula da Silva.
Texto: Assessoria DNArte para Editora Novo Conceito, a partir do livro “Collor: o ator e suas circunstâncias” de Carlos Melo.


 

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