Lutas Sociais pretende ser uma revista crítica e plural. Diferencia produção
científica da simples reiteração ideológica do existente e, recusando-se
a naturalizar as relações sociais, procura vislumbrar, nas lutas que hoje se travam,
por menores que sejam, as potencialidades de constituição dos sujeitos da
transformação social.
Lutas Sociais adota parâmetros de atuação que visam concretizar seu
caráter crítico e plural. Salvo em casos excepcionais, devidamente mencionados
(documentos, entrevistas de atores sociais, testemunhos), toda matéria publicada
deverá ser produto de criteriosa pesquisa que se norteie, no mínimo, pelos
seguintes procedimentos: explicitação dos pressupostos
teórico-metodológicos, clara definição do objeto de
análise, sério tratamento do material empírico. Estamos conscientes
das limitações que estes procedimentos nos impõem, entre elas o risco
do intelectualismo. Porém, na falta de outros melhores, julgamo-los preferíveis
à modorrenta e gelatinosa “cordialidade teórica” que faz as
delícias do compadrio acadêmico.
Lutas Sociais parte de uma tentativa de superar falsos antagonismos que voltaram a ocupar
boa parte do campo intelectual, como “liberdade” versus “igualdade”
ou “mercado” versus “estado”. Neste sentido, a revista é
produto da insatisfação com debates que, em sua aparente radicalidade, se
restringem, dentro e fora dos círculos acadêmicos, a opções que
não questionam, mas, ao contrário, mistificam a ordem estabelecida.
Lutas Sociais não sabe exatamente por onde ir. Mas recusa a paralisia do pensamento
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